07 novembro, 2025

STF tem 2 votos para rejeitar recurso e manter condenação de Bolsonaro

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), seguiu integralmente o voto do relator, Alexandre de Moraes, para manter a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por ter liderado uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado.

Outros seis condenados, todos antigos aliados do ex-presidente, também tiveram seus recursos rejeitados por Moraes e Dino, que apenas seguiu o relator, sem anexar voto escrito.

Os ministros julgam os recursos do chamado “núcleo crucial” do golpe, ou núcleo 1, conforme divisão feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O julgamento ocorre na Primeira Turma, em ambiente virtual. Os outros dois ministros do colegiado - Cristiano Zanin e Cármen Lúcia - têm até 14 de novembro para votar.

É possível acompanhar o julgamento e ler as manifestações dos ministros na ação penal 2668 por meio do portal do Supremo Tribunal Federal. Os relatórios e os votos relativos a cada um dos recursos dos réus ficam disponíveis na aba “Sessão Virtual”.

Prisão
Se a rejeição dos recursos for confirmada pela Primeira Turma, a prisão de Bolsonaro e dos demais acusados poderá ser decretada por Moraes.

Confira as penas definidas para os condenados

- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República: 27 anos e três meses;
- Walter Braga Netto - ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa de 2022: 26 anos;
- Almir Garnier - ex-comandante da Marinha: 24 anos;
- Anderson Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal: 24 anos;
- Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI): 21 anos;
- Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro da Defesa: 19 anos;
- Alexandre Ramagem - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin): 16 anos, um mês e 15 dias.

Ramagem foi condenado somente pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Ele é deputado federal e teve parte das acusações suspensas. A medida vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado, ambos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, assinou delação premiada durante as investigações e não recorreu da condenação. Ele já cumpre a pena em regime aberto e tirou a tornozeleira eletrônica.

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Fonte: Agência Brasil

06 novembro, 2025

30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30)


A COP30, que acontecerá em Belém do Pará, entre 10 e 21 de novembro de 2025, é um chamado à conversão ecológica.

No coração da Amazônia, onde a criação revela a beleza e a fragilidade da vida, o mundo se reúne para ouvir o clamor da Terra e o grito dos pobres.

O Papa Francisco, na Laudato Si’, recorda que tudo está interligado — a dor da floresta ferida, o sofrimento dos povos e o desequilíbrio do clima são sinais de um mesmo descuido com o dom de Deus.

Cuidar do meio ambiente é um ato de fé, uma expressão concreta do amor ao próximo e da gratidão ao Criador.

Que a COP30 desperte em todos nós a coragem de mudar estilos de vida, economias e corações. Porque proteger a Amazônia é proteger a vida. E cuidar da Casa Comum é viver o Evangelho em plenitude.

Os líderes globais começam a se reunir hoje, quinta-feira (6), em Belém (PA), para a cúpula de chefes de Estado que antecede oficialmente a COP30. O encontro, que se estende até sexta-feira (7), marca o início político das discussões climáticas e deve definir o tom das negociações que ocorrerão durante COP30.

A Cúpula do Clima e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) são grandes encontros internacionais que reúnem líderes mundiais, cientistas, empresas e representantes da sociedade civil para discutir e decidir ações globais de combate às mudanças climáticas.

Principais objetivos

- Revisar as metas climáticas globais — avaliar o cumprimento do Acordo de Paris (2015), que busca limitar o aquecimento global a 1,5°C.

- Definir novos compromissos nacionais (NDCs) para 2035, com base em emissões de carbono e transição energética.

- Fortalecer a justiça climática, garantindo apoio financeiro e tecnológico a países em desenvolvimento, especialmente os mais vulneráveis.

- Proteger a Amazônia e outros biomas tropicais, fundamentais para o equilíbrio climático do planeta.

Estimular a economia verde — com incentivos à bioeconomia, energia limpa, agricultura sustentável e conservação ambiental.

Importância da COP30 no Brasil

- O Brasil, como sede, ganha papel de protagonista global nas discussões ambientais.

Belém será a “porta de entrada da Amazônia para o mundo”, mostrando a importância do bioma na regulação do clima.

Espera-se a presença de chefes de Estado de mais de 190 países, além de milhares de especialistas, ONGs e empresas.

O evento deve impulsionar investimentos em infraestrutura sustentável, turismo ecológico e economia local.

Temas centrais esperados

- Amazônia e povos indígenas
Transição energética (do petróleo para fontes limpas)
Desmatamento zero
Financiamento climático internacional
Perdas e danos (loss and damage)
Adaptação às mudanças climáticas em regiões vulneráveis

A COP30, será mais do que um encontro político. Será um chamado à consciência global. Do coração da Amazônia, o mundo ouvirá o clamor da terra, das florestas e dos povos que nelas vivem. Discutir o clima é discutir a vida em todas as suas formas — é repensar o modo como produzimos, consumimos e cuidamos da criação. 

Que a COP30 marque um novo tempo: o tempo da esperança, da responsabilidade e do compromisso com as gerações futuras.

Senado aprova por unanimidade isenção de IR para quem ganha até RS 5 mil

Pagarão menos imposto aproximadamente 25 milhões de brasileiras/os.

Com informação da Agência Brasil

O plenário do Senado aprovou, por unanimidade, nesta quarta (5), o projeto de lei 1087/2025 que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil mensais e aumenta a taxação de altas rendas. Se o texto for sancionado até o final do ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a redução do IR passa a valer a partir de janeiro de 2026.

O governo calcula que cerca de 25 milhões de brasileiros vão pagar menos impostos, enquanto outros 200 mil contribuintes terão algum aumento na tributação. "É uma medida que dialoga com a vida real das pessoas", disse o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Para compensar a perda de arrecadação, o projeto prevê uma alíquota extra progressiva de até 10% para aqueles que recebem mais de R$ 600 mil por ano (R$ 50 mil por mês). O texto também estabelece a tributação para lucros e dividendos remetidos para o exterior com alíquota de 10%.

O projeto foi encaminhado pelo governo em março ao Congresso e foi aprovado em outubro pela Câmara. O relator da proposta foi o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que acatou apenas emendas dos senadores Eduardo Gomes (PL-TO) e Rogério Carvalho (PT-SE).

Histórico

O relator do projeto no Senado, Renan Calheiros, defendeu a proposta e destacou que a decisão seria histórica para o país. “O projeto do imposto zero é um dos mais importantes e mais aguardados dos últimos anos”.

Renan apontou que a proposta do Executivo corrige injustiças e contribui para o bem-estar social “ao promover a justiça tributária, diminuir a carga de tributos que incide sobre a baixa renda e aumentar a carga incidente sobre os super ricos”.

De acordo com o senador, o “imposto zero” vai beneficiar perto de 25 milhões de trabalhadores e será compensado pelo aumento da carga sobre 200 mil super ricos. “Os trabalhadores terão um ganho médio de R$ 3,5 mil por ano”.

Ele destacou que, para quem tem rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7,35 mil, haverá uma redução proporcional do imposto.

Entenda o projeto

Se for sancionado pelo presidente Lula ainda em 2025, a nova legislação isentará, a partir de janeiro do ano que vem, o imposto de renda sobre rendimentos mensais de até R$ 5 mil para pessoas físicas e reduzirá parcialmente o imposto pago por quem ganha entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350.

Haverá uma alíquota mínima de IR para quem ganha a partir de R$ 600 mil por ano. O texto prevê uma progressão, chegando a 10% para rendimentos acima de R$ 1,2 milhão por ano, incluindo dividendos.

Outro ponto é que, a partir de janeiro de 2026, a entrega de lucros e dividendos de uma pessoa jurídica a uma mesma pessoa física residente no Brasil em valor total maior de R$ 50 mil ao mês ficará sujeita à incidência do IRPF de 10% sobre o pagamento, vedadas quaisquer deduções na base de cálculo.

Ficam de fora da regra, segundo o projeto, os pagamentos de lucros e dividendos cuja distribuição tenha sido aprovada até 31 de dezembro de 2025, mesmo que o pagamento ocorra nos anos seguintes.

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Luiz Claudio Ferreira - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/11/2025 - 18:53

04 novembro, 2025

Enem 2025: número de inscritos autodeclarados indígenas cresce 89% em comparação com 2022

Total de inscritos confirmados passou de 19.980 para 37.489 no período. As provas deste ano serão aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro.

Em relação à escolaridade, 16.610 dos inscritos autodeclarados indígenas, em 2025, afirmaram estar cursando a última série/ano do ensino médio.


Entre 2022 e 2025, o número de participantes com inscrições confirmadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que se autodeclaram indígenas apresentou aumento de 89%. Passou de 19.980 para 37.489 no período. Os dados são do Painel Enem e foram divulgados no sábado pelo Ministério da Educação (MEC), em alusão ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto.

Em relação à escolaridade, 16.610 dos inscritos autodeclarados indígenas em 2025 afirmaram estar cursando a última série/ano do ensino médio. O quantitativo é o dobro dos 8.279 inscritos autodeclarados indígenas que disseram, em 2022, serem concluintes do ensino médio. Este ano, o perfil dos inscritos confirmados autodeclarados indígenas por sexo apresenta diferença pequena: 55,61% feminino e 44,39% masculino. Juntos, o número de participantes que disseram já ter concluído o ensino médio é de 14.052.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA – Dentro da distribuição geográfica por unidades da federação, o Amazonas foi o estado que mais teve inscritos confirmados autodeclarados indígenas (6.764), seguido de Pernambuco (4.525) e Bahia (3.450). A realização das provas do exame desta edição está distribuída em 1.804 municípios.

APLICAÇÃO – As provas do Enem 2025 serão nos dias 9 e 16 de novembro. Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, terão agenda diferenciada. Nesses municípios, a aplicação será nos dias 30 novembro e 7 de dezembro. A diferença de data ocorre em função da realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, no período da aplicação regular do exame.

ENEM – O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao fim da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas, o Enem se tornou a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Universidade para Todos (Prouni).

SELEÇÃO – Instituições de ensino públicas e privadas usam o Enem para selecionar estudantes. Os resultados são aproveitados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para auxílios governamentais, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados individuais do Enem também podem ser aproveitados em processos seletivos de instituições portuguesas que possuem convênio com o Inep para aceitar as notas do exame. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal.

DIA INTERNACIONAL – O Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado anualmente em 9 de agosto, é dedicado à conscientização e ao reconhecimento das culturas, das tradições e dos direitos dos povos indígenas em todo o mundo. A data foi estabelecida pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1994, marcando o dia da primeira reunião do grupo de trabalho sobre populações indígenas, em 1982.

DIMENSÃO – No Brasil, estima-se que existam cerca de 305 etnias indígenas, que falam mais de 274 línguas diferentes. Segundo o Censo Demográfico de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população indígena no Brasil corresponde a 0,83% da população total. A garantia dos direitos indígenas é uma questão importante no Brasil e passa pelo direito à educação.

Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi instituído em 1998, com o objetivo de avaliar o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Em 2009, o exame aperfeiçoou sua metodologia e passou a ser utilizado como mecanismo de acesso à educação superior.

Os resultados podem ser usados para acesso a universidades públicas, para concorrer a bolsas de estudo integrais e parciais em universidades privadas, para pleitear o crédito estudantil para o pagamento das mensalidades de faculdades privadas, para ingresso sem vestibular em faculdades, para estudar em Portugal, para autoavaliação e certificação de conclusão do ensino médio ou declaração parcial de proficiência nessa etapa do ensino básico.

» Leia mais informações sobre Enem: Painel Enem 2025 detalha inscrições no exame

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Fonte: Gov.br

03 novembro, 2025

A direita apresenta suas armas

O que segue a baixo, é newsletter, recebido em meu e-mail, do "Brasil de Fato (31/10/2025)

A direita apresenta suas armas

Olá, enquanto Lula tentava tirar um caldo da viagem à Ásia, o governo do Rio fazia seu suco de barbárie.

.Sangue nas urnas. Depois de planejar e coordenar uma chacina, Claudio Castro tentou jogar a culpa no governo federal. A versão de que o Planalto havia sido negligente não colou, dando oportunidade para o governo ressuscitar a PEC da Segurança Pública parada há meses no Congresso. Mas, o centrão deve cozinhar o projeto em banho maria até o final do ano, já que a oposição prefere a lei antiterrorismo, seguindo as orientações de Donald Trump para a América Latina. Não à toa, o governador do Rio fez questão de reportar a Casa Branca sobre os tentáculos do Comando Vermelho nos Estados Unidos. Lula, por seu lado, aproveitou o calor do momento para sancionar a Lei das Organizações Criminosas que já havia sido aprovada pelo Congresso no início de outubro. Porém, o Planalto insiste em evitar confrontos, criticando timidamente as ações da polícia fluminense e pregando que a melhor solução é uma ação coordenada entre a esfera estadual e a federal. Ao contrário da direita, que deve continuar batendo na tecla de que a culpa da violência no Rio de Janeiro é de Lula e do Judiciário, que passa pano pra bandidagem. As mesmas posições devem estar presentes na CPI do Crime Organizado do Senado. A ação de Cláudio Castro foi também uma oportunidade para galvanizar os governadores da direita em torno da linha “Bandido bom é bandido morto” ironicamente batizando o grupo de “Consórcio da Paz” e deixar para trás a falida pauta da anistia. Vale lembrar que o projeto de extermínio da população negra e pobre no Rio de Janeiro não é inédito, nem isolado. Ele também é seguido por Tarcísio de Freitas e pela PM de São Paulo a seu próprio modo. Tudo isso só confirma que, junto com a corrupção, a segurança pública é um dos temas preferidos da direita em momentos de crise e pode render votos, como aposta o secretário da PM do Rio de Janeiro, Marcelo de Menez, que cogita ser governador. Mas na esquerda também tem gente que flerta com a linha dura. Se o Planalto insiste em evitar a politização do assunto, coube ao STF, a pedido do Conselho Nacional de Direitos Humanos e da PGR, solicitar explicações ao governo do Rio. Além disso, um julgamento de Cláudio Castro no TSE vai ser retomado semana que vem e poderá culminar na sua cassação e inelegibilidade.

.Cada um por si. A chacina no Rio de Janeiro deixou em segundo plano a batalha da política econômica que vem sendo travada pelo Planalto. Assim, duas boas notícias ficaram apagadas: a MP do setor elétrico foi aprovada na Câmara, e o Senado validou a excepcionalidade orçamentária da isenção do Imposto de Renda. Quanto à queda de braços fiscal, a estratégia do governo é aprovar primeiro medidas de contenção de gastos para depois dar conta de recuperar a arrecadação. Outro resultado positivo veio do encontro entre Lula e Donald Trump. É verdade que a conversa não encerrou a questão do tarifaço, nem a investigação aberta nos EUA contra o pix, nem parece que vai resolver a curto prazo as sanções à Alexandre de Moraes. No final, dificilmente o Brasil escapa sem ceder alguma coisa. Mas é indiscutível que o diálogo foi um avanço e que outra vitória de Lula foi fazer de Bolsonaro “página virada para Trump”, como definiu um diplomata americano. Assim, chegou a hora do núcleo duro do bolsonarismo pensar na vida e planejar o futuro. Com Tarcísio mais uma vez indeciso sobre a candidatura ao Planalto, a ideia de lançar Michelle à presidência voltou à pauta, mas até a Paraná Pesquisa, instituto do PL, reconheceu que ambos são incapazes de fazer frente à Lula nas eleições. A mesma situação vivida por Eduardo Bolsonaro. Bananinha, porém, vive num universo paralelo e se lançou à presidência, mesmo com o abandono de Trump e completamente ignorado por seu próprio partido. Santa Catarina, que já havia recebido Jair Renan em Camboriú, terá Carlos Bolsonaro como candidato ao Senado, dividindo a direita nativa, e consolidando o estado como reduto inconteste do bolsonarismo. Quanto a Jair pai, se escapar da Papuda e garantir uma prisão domiciliar já será lucro. Entretanto, que o fim do clã não seja confundido com fraqueza da extrema-direita. Segundo levantamento da Real Time Big Data, a extrema-direita, com bolsonaristas fiéis ou não, pode eleger 44 senadores na próxima eleição, o suficiente para assumir o comando da casa.

.Ponto Final: nossas recomendações.

.Como Comando Vermelho surgiu e se espalhou pelo Brasil. O nascimento e expansão da mais longeva facção criminosa do Brasil. Na BBC.

.Venezuela: até onde irá Trump?. Os primeiros objetivos são intimidar Maduro, afastar a China e afagar a ultradireita. No Outras Palavras.

.Como Milei conseguiu vitória nas eleições legislativas da Argentina apesar de crises e escândalos. Na BBC, como o apoio de Trump foi fundamental para alavancar a vitória de Milei.

.'Febre do lítio' avança para Amazônia e afeta 21 áreas protegidas. A extração desenfreada de lítio pode agravar os conflitos socioambientais na Amazônia. Repórter Brasil.

.Os panteras negras que nunca voltaram para casa. A trajetória dos Panteras Negras se confunde com a história dos ex-militantes Charlotte e Pete O'Neal, exilados há cinco décadas na Tanzânia. Na Jacobin.

.Como a nostalgia virou tendência entre a Geração Z. Porque o passado alimenta o marketing para as novas gerações. Na DW.

.Ideologia hoje. A filósofa Marilena Chauí é a convidada do podcast da 451 para falar sobre a nova edição de seu clássico “O que é Ideologia?”.

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Ponto é escrito por Lauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile.


Brasil tem 358 mil pessoas em situação de rua

- São Paulo 148.730 pessoas em situação de rua;
- Rio de Janeiro, com 33.081 pessoas;
- Minas Gerais, com 32.685;
- Paraná: 17.091 pessoas em situação de rua;
- Bahia: 16.603;
- Rio Grande do Sul: 15.906;
- Ceará: 13.625;
- Santa Catarina: 11.805;
- Roraima: 9.954 pessoas.


Brasil tem 358 mil pessoas em situação de rua, com 60% no Sudeste
Cidade de São Paulo se aproxima dos 100 mil

Guilherme Jeronymo - repórter da Agência Brasil
Publicado em 02/11/2025 - 10:20

A população em situação de rua no Brasil era de 358.553 pessoas no mês de outubro, segundo levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com População em Situação de Rua (OBPopRua), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O levantamento indica predominância nos estados do Sudeste. No estado de São Paulo, estão 148.730 pessoas em situação de rua, das quais na capital 99.477 vivem na capital.

Os estados do Rio de Janeiro, com 33.081 pessoas, e de Minas Gerais, com 32.685, vem em segundo e terceiro lugar no levantamento. As três unidades federativas (UF) respondem por cerca de 60% da população de rua do país.

O levantamento considera dados da plataforma CadÚnico, que centraliza os registros de assistência social a partir dos municípios.

As três UFs da região Sul aparecem pouco abaixo no levantamento, embora com grande diferença em números absolutos, assim como Bahia, Ceará e Roraima:Paraná: 17.091 pessoas em situação de rua;
  • Bahia: 16.603;
  • Rio Grande do Sul: 15.906;
  • Ceará: 13.625;
  • Santa Catarina: 11.805;
  • Roraima: 9.954 pessoas.
Aumento alarmante

O estado do Norte do país surpreende por ter mais pessoas em situação de rua do que o Distrito Federal, Pernambuco e Amazonas, entre outros estados com populações maiores e maior número de grandes cidades.

Para efeito de comparação, a capital de Roraima, Boa Vista, tem menos de 500 mil moradores, enquanto Brasília, Recife e Manaus têm mais de um milhão e meio de habitantes.

Essa desconexão é ainda mais importante se for comparado crescimento, já que a capital de Roraima tinha pouco mais de 1 mil pessoas em situação de rua em 2018, quase dez vezes menos que no último levantamento. Esse crescimento é bastante superior ao do país, que foi de 138 mil para 358 mil pessoas, e que o da capital paulista, de quase 39 mil para cerca de 100 mil, e chamou atenção do Observatório.

"O descumprimento da Constituição Federal de 1988 com as pessoas em situação de rua continua no Brasil, com pouquíssimos avanços na garantia de direitos dessa população, majoritariamente negra e histoticamente tão vulnerabilizada no nosso país", afirma o Observatório, em nota.

Os pesquisadores também chamaram atenção para a falta de transparência nos dados sobre a população em situação de rua, que deveriam ser públicos, abertos, transparentes e acessíveis a toda a sociedade.

01 novembro, 2025

Mãe, saudades.

 Foi no dia 1º de novembro, que minha Mãe fez sua passagem, acolhida por Deus, dia de todas as Santas e Santos.



31 outubro, 2025

1º Novembro dia de todas santas e santos de Deus!

“celebramos todos os Santos, e poderíamos ter uma impressão enganadora: poderíamos pensar que estamos a celebrar as irmãs e irmãos que na vida foram perfeitos, sempre lineares, impecáveis, aliás, “engomados”. Ao contrário, o Evangelho de hoje desmente esta visão estereotipada, esta “santidade de santinho””.


Papa Francesco – Angelus 1° novembro 2022

Estimados irmãos e irmãs, feliz festa, bom dia!

Hoje, celebramos todos os Santos, e poderíamos ter uma impressão enganadora: poderíamos pensar que estamos a celebrar as irmãs e irmãos que na vida foram perfeitos, sempre lineares, impecáveis, aliás, “engomados”. Ao contrário, o Evangelho de hoje desmente esta visão estereotipada, esta “santidade de santinho”. De facto, as Bem-aventuranças de Jesus (cf. Mt 5, 1-12), que são o cartão de cidadão dos santos, mostram o oposto: falam de uma vida contra a corrente, de uma vida revolucionária! Os santos são os verdadeiros revolucionários.

Vejamos, por exemplo, uma bem-aventurança muito atual: «Bem-aventurados os pacificadores» (v. 9), e constatamos como a paz de Jesus é muito diferente do que imaginamos. Todos desejamos paz, mas muitas vezes o que queremos não é precisamente a paz, é estar em paz, ser deixados em paz, não ter problemas, mas tranquilidade. Por outro lado, Jesus não chama bem-aventurados os tranquilos, aqueles que estão em paz, mas aqueles que fazem a paz e lutam para fazer a paz, os construtores, os pacificadores. De facto, a paz tem de ser construída, e como qualquer construção requer empenho, colaboração, paciência. Gostaríamos que a paz chovesse do alto, mas a Bíblia fala da «semente da paz» (Zc 8, 12), porque germina do terreno da vida, da semente do nosso coração; cresce no silêncio, dia após dia, através de obras de justiça e misericórdia, como nos mostram as testemunhas luminosas que hoje celebramos. Somos levados a acreditar que a paz vem pela força e pelo poder: para Jesus é o oposto. A sua vida e a dos santos dizem-nos que a semente da paz, para crescer e dar fruto, deve primeiro morrer. A paz não é alcançada conquistando ou derrotando alguém, nunca é violenta, nunca está armada. Estava a ver no programa “À Sua Imagem” [programa da Tv italiana, ndr], tantos santos e santas que lutaram, que construíram a paz, mas com o trabalho, dando a própria vida, oferecendo a vida.

Como nos tornamos então pacificadores? Antes de mais, é necessário desarmar o coração. Sim, porque estamos todos equipados com pensamentos agressivos, uns contra os outros, com palavras afiadas, e pensamos estar a defender-nos com o arame farpado da queixa e os muros de cimento da indiferença; e entre queixa e indiferença defendemo-nos, mas isto não é paz, isto é guerra. A semente da paz pede-nos que desmilitarizemos o campo do coração. Como está o teu coração? Está desmilitarizado ou cheio destes sentimentos, com queixas e indiferença, com agressão? E como se desmilitariza o coração? Abrindo-nos a Jesus, que é «a nossa paz» (Ef 2, 14); permanecendo diante da sua Cruz, que é a cátedra da paz; recebendo d’Ele, na Confissão, «o perdão e a paz». Por aqui se começa, pois ser pacificadores, ser santos, não é capacidade nossa, é dom seu, é graça.

Irmãos e irmãs, olhemos para dentro de nós e perguntemo-nos: somos pacificadores? Onde vivemos, estudamos e trabalhamos, levamos tensão, palavras que magoam, tagarelices que envenenam, polémicas que dividem? Ou será que abrimos o caminho para a paz: perdoamos aqueles que nos ofendem, cuidamos dos que estão à margem, curamos alguma injustiça ajudando aqueles que têm menos? A isto chama-se construir a paz.

No entanto, pode surgir uma última questão, que se aplica a qualquer bem-aventurança: vale a pena viver desta forma? Não é de perdedor? É Jesus que nos dá a resposta: os pacificadores «serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9): no mundo parecem fora de lugar, porque não cedem à lógica do poder e do prevalecer, no Céu serão os mais próximos de Deus, os mais semelhantes a Ele. Mas, na realidade, também aqui aqueles que prevaricam permanecem de mãos vazias, enquanto aqueles que amam todos e não magoam ninguém vencem: como diz o Salmo, «o homem de paz terá uma descendência» (cf. Sl 37, 37).

Que a Virgem Maria, Rainha de todos os santos, nos ajude a ser construtores de paz na vida diária.

O pranto de homens e mulheres!

 “O pranto de homens e mulheres debruçados sobre os corpos enfileirados na Praça São Lucas, na Penha, lembra as lágrimas de Maria, sobre as quais falou o Papa Francisco”. 


Uma breve oração pelos mortos no massacre no Rio de Janeiro: “Nossa Senhora da minha escuridão, que me perdoe por gostar dos des-heróis”

O Dia de Finados deste ano foi antecipado no coração dos familiares que choraram a morte daqueles que foram massacrados no confronto aberto entre as forças de segurança do Rio de Janeiro e os membros do Comando Vermelho nesta semana. Para além dos discursos governamentais insultantes, dirigidos a pais, mães, esposas, avós e filhos, chamam a atenção a dor, o desespero e as lágrimas daqueles que choram a morte dos seus pela segunda vez. A primeira foi quando os perderam para o tráfico. A segunda, quando foram abatidos pela polícia, como relatou um avô após a confirmação do assassinato do neto, criado como filho, aos 17 anos.

A morte, como disse Adroaldo Palaoro, padre jesuíta, ao comentar o Evangelho deste domingo, “é sempre estranha e, com frequência, se revela incômoda”. Em massacres como este, a morte deixa sequelas abertas, que continuam se manifestando na reverberação do ódio, do ressentimento, da tristeza e da vingança. Toda morte, como observou a Nota Pública da Pastoral Carcerária Nacional, “em qualquer contexto, é uma ferida aberta no tecido social” e evidencia um traço que perpassa a história humana: “irmãos continuam matando irmãos”. A chacina do Rio, disse o sociólogo José de Cláudio Alves em entrevista ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU, “vai trazer um sofrimento inimaginável”.

O pranto de homens e mulheres debruçados sobre os corpos enfileirados na Praça São Lucas, na Penha, lembra as lágrimas de Maria, sobre as quais falou o Papa Francisco: “São as lágrimas de Maria, a nossa Mãe, Mãe celeste, pelos sofrimentos e as penas dos seus filhos. Maria chora pelos seus filhos que sofrem. São lágrimas que nos falam da compaixão de Deus por todos nós. Devemos pensar nisto: a compaixão de Deus. Ele, com efeito, doou a todos nós a sua Mãe, que chora as nossas mesmas lágrimas para que não nos sintamos sós nos momentos mais difíceis”.

A situação dramática em que vivem as comunidades do Rio de Janeiro hoje e o assentimento à crueldade que matou mais de 120 pessoas, nos faz refletir sobre as questões postas pelo professor José Cláudio Alves: “Que grau de desilusão e de arrependimento houve? A que tipo de violências essas pessoas são submetidas? Onde essas pessoas se quebraram? Manoel de Barros perguntava, num poema, quanto tempo uma pessoa precisa viver na miséria para que em sua boca nasça a escória. Quanto tempo essas pessoas terão que ser submetidas a isso a que elas foram submetidas nesse massacre, para que nelas nasçam o ódio, a escória, o desejo de matar o outro?”

Manoel de Barros, que aos 18 anos escreveu Nossa Senhora de minha escuridão, disse, anos mais tarde, possuir o “vício de amar as coisas jogadas fora”. Ao que acrescentou: “É por isso que eu sempre rogo pra Nossa Senhora da minha escuridão, que me perdoe por gostar dos des-heróis. Amém!”.

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Fonte: IHU
O comentário é de Patricia Fachin, jornalista, graduada e mestra em Filosofia pela Unisinos e mestra em Teologia pela PUCRS.

Fonte da Foto: Agência Brasil

Orações Inter-religiosas Declamadas | Prece, de Elisa Guimarães

Operação no RJ não é sobre segurança pública, é apenas eleição

"Nessa gramática da força, a ausência de resultados concretos nem é tão importante. A prisão de Edgar Alves de Andrade, o Doca, apontado como liderança do Comando Vermelho (CV), não ocorreu e ele segue foragido. A apreensão de drogas, armas, celulares e dinheiro foi irrisória. Mas a mensagem vale mais do que o resultado da ação."

O que segue a baixo, é newsletter, recebido em meu e-mail, do "Brasil de Fato (31/10/2025)

Operação no RJ não é sobre segurança pública, é apenas eleição

A imagem de Cláudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro, sorridente ao lado de aliados, após a operação policial que resultou em 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na capital fluminense, sintetiza uma patologia recorrente da política brasileira: a conversão da violência em ativo eleitoral. Em tempos de esvaziamento programático e descrédito das instituições, a violência se tornou uma forma de comunicação direta com parcelas do eleitorado.

A operação termina como êxito simbólico para o governador, uma membrana fina de prestígio com uma parte da sociedade, que são os conservadores de extrema direita. Esse êxito não chega pela eficácia policial, mas pela mensagem política: o Estado mostrou poder. Nessa gramática da força, a ausência de resultados concretos nem é tão importante. A prisão de Edgar Alves de Andrade, o Doca, apontado como liderança do Comando Vermelho (CV), não ocorreu e ele segue foragido. A apreensão de drogas, armas, celulares e dinheiro foi irrisória. Mas a mensagem vale mais do que o resultado da ação.

Castro inscreve-se, assim, numa linhagem de governantes que, diante da perda de protagonismo político, recorrem à violência institucional como forma de reafirmar autoridade. Seu par, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), quando estava imerso em conflitos com o bolsonarismo e perdendo capilaridade, lançou mão da Operação Escudo, que barbarizou a rotina dos moradores do litoral paulista. É a política como espetáculo e banalizada.

Alijado da disputa nacional pela própria extrema direita, que hoje privilegia nomes como os governadores Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (UB-GO) e próprio Freitas, Castro busca preservar capital eleitoral no Rio de Janeiro, mirando uma vaga no Senado em 2026. As pesquisas o colocam atrás de figuras mais estruturadas politicamente, como o senador Flávio Bolsonaro (PL) e a deputada federal Benedita da Silva (PT). A operação, portanto, cumpre o papel de reposicionar o governador no noticiário, devolver-lhe visibilidade e realinhar sua imagem com o eleitorado conservador fluminense.

Há, contudo, um risco estrutural nesse tipo de estratégia. A operação expõe a ausência de políticas públicas integradas de segurança e o esgotamento do modelo repressivo que o Rio de Janeiro repete há décadas. A insistência nesse caminho não gera estabilidade, apenas reitera o ciclo da violência: cada incursão amplia a desconfiança, aprofunda o abismo entre Estado e periferia e adia qualquer possibilidade de reforma duradoura.

Faltando um ano para a eleição, Castro levou sua tropa às ruas do Rio de Janeiro em busca de visibilidade e sobrevida política. A operação devolveu-lhe o protagonismo perdido, arrastando para o noticiário nacional e para o debate partidário a velha dicotomia brasileira entre “apoio irrestrito à polícia” e “defesa dos direitos humanos”. Desde terça-feira (28), a classe política foi constrangida a se posicionar: aplaudir o governador ou denunciá-lo. Esse era, desde o início, o verdadeiro objetivo.

O episódio ecoa, inclusive, o delírio recente de Flávio que, poucos dias antes, sugeriu que os Estados Unidos bombardeassem a costa brasileira, especialmente o Rio, sob o pretexto de combater o narcotráfico. O gesto não é apenas retórico: é o reflexo de uma cultura política que se inspira na lógica militarista do presidente estadunidense, Donald Trump.

Nesse ambiente, Castro tenta se projetar como herdeiro local dessa estética da brutalidade, convertendo 121 mortos em símbolo de autoridade. Sua estratégia é transparente: falar ao eleitorado que deseja ver sangue, não soluções.

A operação no Alemão e na Penha, portanto, não foi apenas uma incursão policial. Foi um ato de campanha. Um movimento calculado dentro da lógica de sobrevivência política de um governador que estava isolado.

Em última instância, esta operação não é sobre segurança pública, é a eleição e nada mais. Muitos veículos podem fechar os olhos para a realidade bem clara à nossa frente, mas o Brasil de Fato segue atento e comprometido com a verdade: denunciamos os responsáveis sem medo de cobrar justiça e reparação. Junte-se a nós!

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Igor Carvalho
Supervisor de jornalismo