Conforme dados da pesquisa do instituto Ibope, encomendada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), divulgada hoje (21), quase metade dos eleitores brasileiros conhece casos de políticos que compram ou compraram votos. Dos 43% que admitiram ter conhecimento da prática, a maior parte dos entrevistados (57%) tem grau de escolaridade mais alto, com nível superior completo. Percentual semelhante – 41% – afirma conhecer alguém que já votou em troca de algum benefício, e 13% admitem que votariam em um candidato que oferecesse alguma benesse.
A pesquisa mostra ainda um dado que preocupa a AMB: 54% dos eleitores não denunciariam tentativa de compra de votos. Entre os que denunciariam, 14% declararam não saber a quem procurar. A maior parte (43%), entretanto, procuraria a Justiça Eleitoral.
“A classe política não traz números animadores”, disse o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Mozart Valadares. “Infelizmente, em todas as classes sociais, em todas as regiões do país, existem pessoas que admitem [dar] o voto em troca de benefício. É um índice alto entre aqueles que têm coragem de assumir publicamente”, completou.
Entre as regiões, a Nordeste (21%) foi a que apresentou o maior número de entrevistados que admitem trocar o voto por dinheiro ou outro benefício. “É um dado preocupante. Precisamos conscientizar o eleitor de que ele não deve negociar sua cidadania”, ressaltou Valadares.
O estudo traça o perfil do eleitorado brasileiro. Foram entrevistadas 2.002 pessoas, entre 18 e 21 de agosto, em 140 cidades.
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