255 mil pessoas negras foram mortas em seis anos, revela
estudo.
Negros têm 2,7 mais chances de serem mortos do que brancos,
diz IBGE
A população negra tem 2,7 mais chances de ser vítima de
assassinato do que os brancos. É o que revela o informativo Desigualdades
Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado nesta quarta-feira 13 pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a analista de indicadores sociais do IBGE Luanda
Botelho, enquanto a violência contra pessoas brancas se mantém estável, a taxa
de homicídio de pretos e pardos aumentou em todas as faixas etárias.
“Na série de 2012 a 2017, que foi o período que a gente
analisou neste estudo, houve aumento da taxa de homicídios por 100 mil
habitantes da população preta e parda, passando de 37,2 para 43,4. Enquanto
para a população branca esse indicador se manteve constante no tempo, em torno
de 16”, disse ela.
Para os jovens, a situação é mais crítica. Ainda na
comparação por 100 mil habitantes, a chances de morte beiram o triplo do que
pessoas brancas entre 15 e 29 anos.
De acordo com dados do Sistema de Informações sobre
Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, foram registradas 255 mil mortes de
pessoas negras por assassinato nos seis anos analisados.
Estudantes
Segundo o levantamento, a violência vivenciada na escola
também atinge mais a população preta e parda do que a branca. O IBGE analisou
dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2015 com alunos do nono
ano, e concluiu que 15,4% dos pretos ou pardos e 13,1% dos brancos deixaram de
ir à aula em algum dia por falta de segurança no trajeto entre a casa e a
escola.
Do total de estudantes, 53,9% dos pretos e pardos estudavam
em escolas localizadas em áreas de risco, enquanto entre os brancos a proporção
cai para 45,7%. A diferença cresce na comparação apenas entre escolas privadas,
com 40,7% dos pretos ou pardos e 29,5% dos brancos.
Segundo o IBGE, jovens expostos à violência têm mais
propensão a sofrer de doenças como depressão, vício de substâncias químicas e
problemas de aprendizagem, além de suicídio.
Fonte: Agência Brasil. A reportagem publicada em 13-11-2019.
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