Excelente reflexão que meu amigo Pe. Genivaldo Ubinge partilhou no facebook.
Sei que se trata de uma brincadeira. Mas mesmo assim vale uma reflexão, que prefiro fazer num post próprio do que comentar e debater na TL de quem compartilhou esta mensagem.
Primeira crítica: a tendência à idealização do passado, tornando-o mítico. Como se as pessoas vivessem num reino encantado que foi perturbado por um gênio mal. Cada época, tem possibilidades e problemas que lhes são próprios. As mudanças, nem sempre positivas nem sempre negativas se dão por uma série de fatores, na maior parte das vezes alheios à decisão dos indivíduos e grupos, da sua capacidade de entender e intervir nestes processos.
Com isso não digo que são inevitáveis (no caso das mudanças indesejadas) nem impossíveis (no caso das mudanças necessárias e desejáveis). Penso que as sociedades podem determinar seus costumes, valores e modo organização da produção da existência. O que devemos fazer é trabalhar para aumentar nossa capacidade individual e coletiva para entender e interagir nos processos de mudança.
Segunda crítica refere-se ao conteúdo mesmo da mensagem. Uma imagem com uma família numerosa (considerando todas as alegrias e infortúnios de se viver numa família numerosa) e com esses dizeres: COMO ERAM AS FAMÍLIAS QUANDO AS MULHERES NÃO TINHAM DOR DE CABEÇA é ofensivo e desagradável.
Pois uma das coisas do nosso passado recente que deveria ser mudado, e reconhecemos o valor de todas pessoas e movimentos que se empenharam nesta mudança, é a compreensão e a prática de papel submisso e subalterno à mulher, reduzindo à função de mãe e esposa para satisfação do marido. Negando-lhes o direito de auto-determinar sua vida. Por trás desta frase, normalmente apontada como desculpa para que a mulher não se submeta a procura do esposo para usá-la para sua satisfação sexual, há uma negação do direito da mulher de dizer não. E nesta compreensão quantas violência cometida e quanta dor silenciada.
Tem uma espécie de um humor que é detestável. Quando reforça preconceitos e desdenha das dores e conquistas legítimas das pessoas.
Com isso não digo que são inevitáveis (no caso das mudanças indesejadas) nem impossíveis (no caso das mudanças necessárias e desejáveis). Penso que as sociedades podem determinar seus costumes, valores e modo organização da produção da existência. O que devemos fazer é trabalhar para aumentar nossa capacidade individual e coletiva para entender e interagir nos processos de mudança.
Segunda crítica refere-se ao conteúdo mesmo da mensagem. Uma imagem com uma família numerosa (considerando todas as alegrias e infortúnios de se viver numa família numerosa) e com esses dizeres: COMO ERAM AS FAMÍLIAS QUANDO AS MULHERES NÃO TINHAM DOR DE CABEÇA é ofensivo e desagradável.
Pois uma das coisas do nosso passado recente que deveria ser mudado, e reconhecemos o valor de todas pessoas e movimentos que se empenharam nesta mudança, é a compreensão e a prática de papel submisso e subalterno à mulher, reduzindo à função de mãe e esposa para satisfação do marido. Negando-lhes o direito de auto-determinar sua vida. Por trás desta frase, normalmente apontada como desculpa para que a mulher não se submeta a procura do esposo para usá-la para sua satisfação sexual, há uma negação do direito da mulher de dizer não. E nesta compreensão quantas violência cometida e quanta dor silenciada.
Tem uma espécie de um humor que é detestável. Quando reforça preconceitos e desdenha das dores e conquistas legítimas das pessoas.
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