abaixo um texto que escrevi e hoje publico novamente
Ano Santo da Misericórdia
Como descobrir o rosto e o grito de quem pede compaixão?
Como “Eu”
e “Você”, podemos descobrir e aproximar levando a misericórdia de nosso Deus?
Papa Francisco convoca o Jubileu da Misericórdia, e ao anunciar o ano
jubilar disse: "Decidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro
na Misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia."
Misericórdia significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra
pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser
solidário com as pessoas. Misericórdia é também um grito de quem pede
compaixão.
Ao anunciar o Ano Jubilar da Misericórdia, o papa
justificou dizendo: “Pensei muitas vezes no modo como a Igreja pode tornar mais
evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que
começa com uma conversão espiritual; e devemos fazer este caminho." – e
cheio de ternura disse: “ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus” e
que a Igreja “é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém”. “As suas portas
estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam
encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor
que a Igreja manifesta aos que se convertem”.
Na bíblia misericórdia é o meio pelo qual nosso Deus age. Um olhar
profundo no rosto leva a inserir na realidade da outra pessoa. O Ano da
Misericórdia propõe ir ao encontro do outro, descobrir seu rosto. O rosto do outro
é uma verdadeira manifestação, sair do eu para encontrar-se com o tu, uma
relação real, vivido com participação viva, afetuosa, de dedicação, cuidados e
de forma dinâmica. O rosto do outro revela o rosto de nosso Deus. A
misericórdia de Jesus revela o que de mais humano existe em Deus e o que de
mais divino existe na mulher e no homem.
Precisamos
conhecer a carta do papa “Misericordiae Vultus (MV)” e deixar acender em nós a chama
que não devemos deixar que nos roubem a alegria da Evangelização, que devemos
nos aproximar mais do nosso povo, em primeiro lugar daquelas pessoas que se
encontram à margem da sociedade.
Em nossas
Paróquias, em nossas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), na rua em que
moramos como descobrir o rosto e o grito de quem pede compaixão? Como “Eu” e
“Você”, podemos descobrir e aproximar levando a misericórdia de nosso Deus?
O grito
dos que pedem compaixão está muito presente nos doentes, idosos, dependentes
químicos, desempregados, nos que cometem erros, nos afastados e de seus familiares;
no posto de saúde, comércio e nos colégios em nosso bairro.
Devemos
nos aproximar com a misericórdia que nos leva a entrar na vida das pessoas,
sentir suas dores, seus sonhos, suas alegrias, angustias, para juntos nos
deixarmos surpreender por Deus e encontramos caminhos de superação,
fraternidade e justiça: “A igreja sentir-se-á chamada ainda mais a cuidar das
feridas (das pessoas), aliviá-las com o
óleo da consolação, enfaixá-los com a misericórdia e tratá-los com
solidariedade e atenção devidas. Não nos deixemos cair na indiferença que
humilha, na comodidade que anestesia o Espírito e impede de descobrir a
novidade, no animo que destrói” (MV 15).
Misericordiae
Vultus apresenta um caminho de peregrinação em direção da Misericórdia. A
proposta desse ano jubilar precisa ser prolongado pela vida toda, porque nunca
se esgota a experiência do perdão e a necessidade da presença amiga da Igreja.
O Ano da Misericórdia terá início no dia 8 de
dezembro desde ano, na solenidade da Imaculada Conceição, neste dia celebra-se
também o 50º aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II. O encerramento do Ano Santo será no dia 20 de novembro de 2016, na Solenidade
litúrgica de Jesus Cristo Rei do Universo .
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