Rondonópolis/MT, 01 de
junho de 2020 (em memória de São Justino).
Carta às Comunidades em
tempo da pandemia de COVID-19
Estimadas comunidades
eclesiais espalhadas e organizadas no Brasil e na América Latina!
“Fortalecei as mãos
enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas:
Criai ânimo, não tenhais medo” (Is 35,3); “Eis que eu estou convosco todos os
dias” (Mt 28,20); “Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6:10);
“Vigiai, permanecei firmes na fé, portai-vos corajosamente, sede fortes! Fazei
tudo com grande amor fraternal” (1Cor 16,13 ). “Tudo posso naquele que me
conforta” (Fp 4:13) com estas palavras de fé e de esperança o Secretariado do
15º Intereclesial e a Coordenação Nacional da CEBs saúdam todos os irmãos e
irmãs de caminhada das CEBs, neste tempo de pandemia de COVID-19.
Comungamos do mesmo
sentimento, das mesmas preocupações e das dores de quem perdeu um ente querido
neste tempo que atravessamos.
Estamos em comunhão com o
nosso Papa Francisco, que tem sido uma voz profética aos povos, governos,
culturas e raças sobre o cuidado com a pessoa, acima de tudo. “A narrativa dos
discípulos de Emaús, nos dá a certeza de que nas noites escuras da vida e da
história, o Senhor permanece conosco, Ele caminha conosco” (Lc 24, 13-35) nos
encoraja o Papa. Mantemos a comunhão com os Bispos do Brasil que nos animam ao
nos dizer: “Este tempo grave de Pandemia fechou as portas de nossas igrejas,
mas a Igreja não está fechada, ela continua alimentando seus filhos e filhas
através da oração, da Palavra, das celebrações transmitidas pelas TVs
Católicas, rádios e mídias sociais, continua assistindo aos pobres e mais
necessitados pela caridade e criando redes de solidariedade”.
Certamente muitos olhares
se voltam para a sua comunidade, o desejo de se encontrar com pessoas, de
abraçar, de sorrir, de sentar juntos, de animar a comunidade, de promover a
vida da comunidade, de visitar os idosos e necessitados. Porém, neste tempo
estamos fazendo aprendizado de coisas que já estavam sendo esquecidas pela vida
moderna, como a importância da “Igreja doméstica”, a leitura da Palavra de
Deus, a oração em família, bem como o cuidado com as pessoas.
Nossa esperança é de que
em breve nos veremos novamente em comunidade, mas não iguais como antes, mas,
tanto as instituições como as pessoas devem voltar diferentes, com nova visão
de vida, de cuidado, de fraternidade, de tolerância, de respeito ao outro e a
nossa Casa Comum. É importante recordar que no mundo há muito sofrimento em
decorrência do vírus; famílias enlutadas, fome, violência, desemprego e
pobreza. Na comunidade são milhares de idosos, doentes, crianças, pobres que
clamam pela presença dos cristãos, daí a importância da solidariedade, comunhão
e de gestos concretos.
A comunidade é
experiencial de vida. É um valor internalizado dentro de nós. Não são três ou
cinco meses que vão tirar este valor dentro de nós, mas ao contrário, vivemos
um tempo de fortalecer nossas convicções, de amor à comunidade, de desejo de se
doar mais ainda, de criar esta prática de nossa fé: vida que brota das
comunidades eclesiais de base.
Estamos iniciando o mês
de junho, conhecido como mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, bondoso,
acolhedor, aquele que diz: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o
fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28).
Esse é um tempo de olhar
para dentro de si, rever posturas e convicções, mas tempo também de abrir o
coração para as pessoas, a realidade em que vivemos e o cuidado com este
planeta em que habitamos.
Seja você um apaixonado/a
pela vida das comunidades. Irradie esperança, entusiasmo. Desperte desejo de
retorno à comunidade, fortaleça-se na fé e na caridade. Utilize diariamente as
Redes Sociais para animar a comunidade.
Com abraço fraterno!!!
Secretariado do 15º
Intereclesial das CEBs
Coordenação da Ampliada
Nacional das CEBs
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