Por: Adriane Stefanichen
(Texto sob Inspiração)
Obs.: Adriane é Espírita e Advogada
De acordo com o ultimo relatório brasileiro sobre a violência contra a mulher no Brasil, a cada 15 segundos uma mulher é espancada, violentada ou assassinada.
Nas delegacias de proteção à mulher, cerca de 70% dos crimes registrados são de violência ocorrida dentro do próprio lar, na grande maioria cometida pelos próprios parceiros.
Se estes números já assustam, é bom lembrar que no Brasil apenas uma pequena parcela das mulheres tem coragem de denunciar. Segundo uma pesquisa realizada pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, apenas 10,4% das vítimas de violência recorre às delegacias!
Do restante, cerca de 22% relatou a agressão apenas a parentes ou amigos, enquanto cerca de 68% preferiu manter segredo!
O maior aliado da impunidade é o silêncio. Mulheres que evitam denunciar os parceiros, sem perceber, estão perpetuando a violência!
Como se não bastasse, a agressão contra a mulher, em sua maioria, normalmente é punida com penas brandas, como pagamento de cestas básicas ou prestação de serviços comunitários. Sem contar que o réu ainda fica livre que qualquer registro de antecedente criminal.
Ou seja, um sujeito tem mais chances de ir para a cadeia se matar uma capivara, do que se espancar a esposa.
E aqui entre nós: qual tipo de serviço comunitário um espancador de mulheres pode prestar? Só se for na carrocinha matando cachorro louco!
A única solução contra esta barbárie que se perpetua contra as mulheres seria a criação de penas mais rígidas e a vontade de aplicá-las. Mas é difícil isto acontecer em um país onde ainda são comuns as pessoas acharem que uma mulher que usa roupas curtas ou decote está pedindo para ser violentada!
Numa total inversão de valores, muitas vezes o homem é encarado como uma vítima de seus próprios impulsos, como alguém que acabou agindo no calor da emoção, sendo muitas vezes aconselhado a procurar tratamento psiquiátrico! Então, o que acontece é que muitos voltam para casa mais irritados por terem sido intimados e acabam com a vida das esposas!
Não tem esta de ficar arrumando explicação psicológica para justificar a agressão masculina! Eles não são uns coitadinhos que precisam de compreensão e lexotan, mas de cadeia!!!
O que este pessoal precisa é ser trancafiado e mantido longe do convívio de pessoas comuns. Não dá mais para agüentar este papo de que eles agem por este ou aquele motivo. Que se danem os motivos! O mais importante é proteger as vítimas e evitar que continuem a agir como se mulher não tivesse alma, não tivesse direito à dignidade!
É um absurdo que muitas mulheres agredidas tenham que fugir para Casas de Abrigo ou ir para a rua da amargura, temendo ser encontradas pelos maridos que continuam livres e impunes!
Como ainda é possível se aceitar que em nosso Brasil a tese de defesa da honra ainda seja usada nos tribunais, mesmo que de maneira indireta? Em quase todos os processos, a defesa sempre tenta denegrir a imagem da vítima, numa forma de mostrar que a mulher pediu pra apanhar ou provocou a própria morte!
Que terra é esta onde as pessoas têm seus direitos assegurados de acordo com o sexo que nasceram?